sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Quadrilha

João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para o Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.

Carlos Drummond de Andrade

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Horário incompleto...

Vinda do ginásio retornei a casa, com os músculos cansados e a alma mais leve!
Tomei o habitual (pequeno) almoço de cereais, enquanto espreitava o e-mail e os amigos internautas emoldurados pelo Messenger.
Trocam-se mensagens e palavras, vãs o quanto baste para pessoas submersas em quotidianos trôpegos de ritmos diferentes.
Vou tomar banho e fazer umas coisas que a Rede me pediu...
Voltarei ainda ao e-mail e ao Messenger uma vez mais, antes de fazer um derradeiro esforço para transportar a minha fraca vontade em conjunto com o computador para a mesa da sala...
Olharei e voltarei a rever Cas Mudde, para logo em seguida travar uma árdua batalha psicológica entre os programas de duvidosa qualidade televisiva e a construção demasiado lenta da tese – no fundo sei que é apenas uma guerra entre o eu e o eu, i.e., entre o dever e a desmotivação...
Quem vencerá hoje? Sabe-se lá...
São precisamente 15h algures em Lisboa...

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

Estrelas aos meus...

Estou recolhida numa casa nova desde o início do ano, com gente nova, e só eu transporto comigo este sombrio marasmo de quem sobrevive a mais um dia pleno de pequenos nadas que se põe para dar lugar a uma noite reluzente de outras estrelas...
Só falta a minha!
Se calhar nunca a tive, se calhar apagou-se num daqueles momentos universais mágicos em que o nada impera.... Ou talvez, simplesmente, se tenha dispersado com a sua luz pela esperança de todos aqueles que me querem bem, que me falam ao mais profundo do ser...
Se assim é, ela que se deixe lá estar, fica bem com eles, mereceram-na e protegem-na melhor do que eu alguma vez o saberei fazer...
De qualquer forma já fazia intenção de a partilhar, com o desejo supremo de poder aquecer todas as mãos que nunca me foram recusadas, como singelo agradecimento de tão fraternal apoio, de tão humanas palmas com linhas e tudo!
Seguramente um dia destes pedi-la-ei emprestada só por um momento, pelo instante que demora a indicar o caminho no deserto em direcção ao infinito.