domingo, setembro 04, 2005

Ao arrepio da palavra a supremacia do encontro...

Os corpos necessitam do contacto de outros corpos. Com mais ou menos sentimento, o toque necessita de outro toque, os dedos procuram outros dedos, a língua outra saliva, outros gostos que não os seus, outros sabores, a mar, a sal, a doce, a amargo, a café, …, a ti, que és o outro!
Falar é bom, é muito bom, poder desabafar, contar, ouvir, ouvir, ouvir e, por fim, amar as outras ideias, as do outro, as que não são nossas, as partilhadas… E, mesmo que não se compartilhe a ideia, ama-se o som saído, pensado, vocalizado, abafado, na garganta outra, a tua…

Mas, o toque, o toque… Esse primitivo sentir, falar, partilhar, à flor da pele, ao arrepio da mesma… Essa eterna entrega do toque, suprema partilha, instinto animal deificado, implica o encontro, para lá das almas, para lá do místico, no humilde local terreno à mesma hora pelos dois.

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