quarta-feira, julho 27, 2005

8 anos

8 anos são muito tempo, 10 muito mais, e eu que não sei que fazer deles... Que fazer de mim...
Maldito tempo que deixas memórias a preencher vazios e vazios a fazer de memórias. E eu a vaguear por aqui, a procurar o meu rastro.
Anarquia total em mim!

Ao abandono

Sinto-me abandonada ao meu espectro, a alma pesa e as mil e uma ilusões muito mais - são na verdade mil e uma toneladas de mim...
Abandonei-me ao infinito e ele tarda em vir em meu encontro, necessito de ser resgatada de mim, dar a outros os meus sonhos, deixá-los ir com o vento procurar outras paragens, outros amores, quais folhas secas que repousam enfim num qualquer ervário de criança.
Este abandono pesa, mas não mais do que o eterno medo agarrado ao existir dos sentimentos talvez imaginados...
Ó tu de mim salta para ali, foge, deixa-me aqui a lamber feridas novas de nostalgia futuras!
Eu peso, sou um peso pluma de mim mesma, do meu passado futuro, insustentável leveza de um ego ferido, abandonado ao destino de outros, nunca se encontrando com os demais...
Em abandono do eu, em abono do mim, numa esperança de desencontro remissivo, encontro-me de alma represada em imaginações de almas represadas, na suprema esperança...

sexta-feira, julho 22, 2005

Hummmmmm... Dr...

Happy Birthday
to You
Mr Presidente…

quinta-feira, julho 21, 2005

Mais manchas vermelhas no âmago das almas

Mais sangue, que pelo menos alimente aqueles que o procuram...
Mundo cruel que não tratas os teus filhos de maneira igual, uns filhos, outros enteados de um destino indiferente e assassino... Berços diferentes embalados por mãos e braços também diferentes, cruelmente obrigados a ver o Mundo de forma tosca e bicolor - nós os bons, eles o mal...
Que pelo menos as toneladas de sangue já derramado sirva para colorir e curar este mundo isanamente daltónico!

segunda-feira, julho 18, 2005

Encruzilhadas

Crescer custa, é um parto difícil, doloroso, que nos acompanha a vida...
Subo a minha escada a resmonear nos cruzamentos que encontro, nas escolhas que faço de olhos vendados, lançada no escuro, com os cinco sentidos afinados pelo medo de não conseguir, de perder, de não ver, não descobrir - ou pior, de descobrir tarde de mais que isto afinal não passa da peça final, sem direito a ensaio...
Embrulho e desembrulho-me, faço e desfaço-me, cada dia que passa é uma pele que dispo e abandono ressequida ao sol da memória e às intempéries do arrependimento, que no final não sinto...
Como posso subir a escada sem uma ajuda? Como me puderam abandonar a mim mesma, à minha vulnerabilidade irresponsável?
Estou-me a parir, tenho partes incompletas, tê-las-ei sempre, eterno e definitivo protótipo inacabado...
Como posso não sentir a minha incompletude a rasgar-me a pele, a violentar-me os sentidos?Quem teve a ousadia de nos acrescentar mais do que as três dimensões politicamente correctas, quem nos colocou na dimensão infinita?
Tarot, psis que venham, religiões mil e eu continuamente a vaguear no mar de sargaços da incerteza, a afogar-me na minha pequenez, na minha ânsia de saber mais, e a lutar insistentemente para me libertar deste vazio, desta estupidez crónica...
Quero aprender, conhecer, apreender-me e ao mundo que trago agarrado desde que nasci...
Deus... Penso já o ter resolvido, quanto aos Homens a desilusão é brutal!
Insisto em me tentar salvar, resgatando uma esperança fugaz e escorregadia na Humanidade. Os Homens não são dignos de confiança cega...
E as Mulheres também não, irmão Joaquim!

quinta-feira, julho 14, 2005

Deixa-me poisar a cabeça no teu colo,
brinca com os meus cabelos e diz que gostas assim...
Não fales, prende o gesto na eternidade do momento,
mima-me, seduz-me, sussurra-me ao ouvido palavras incompreensíveis,
toca-me com as pontas dos dedos,
de olhos bem fechados antecipando prazeres futuros...
Partilhemos vontades e sentimentos em sintonias mudas.
Protege-me, mima-me, deixa-me permanecer assim,
como lagarta em casulo à espera da metamorfose, da génese, do ser...
Deixa-me Ser, poisando a cabeça no teu colo...

domingo, julho 10, 2005

Viva Espanha, viva a coragem!

Viva, viva, todos iguais, todos diferentes!
Viva a liberdade de escolha, viva!
Abaixo as convenções e os preconceitos!
Felizes daqueles que por uma vez decidiram deixar de olhar para o próprio umbigo e decidiram viver e deixar viver!
Casamento para quem o quer, para quem o deseja, filhos a quem os pode e vai amar!!!
Abaixo a hipócrisia!
Alvíssaras para quem tanta coragem teve e soube soltar as amarras rumo ao novo milénio, dando o primeiro passo em direcção à verdadeira liberdade dos sujeitos, alvíssaras!

quinta-feira, julho 07, 2005

Vítimas

A todas as vítimas de todos os terrorismos, sejam eles de fundamentalismos ou de Estado, chora a minha alma por vós!
A todas as vítimas de um mundo cruel, injusto e dirigido por senhores da guerra e leis à medida dos comércios livres, clama a minha alma por vós!
Vós que não tendes voz nem vos restam lágrimas para chorar, tomai as nossas por vossas...
De Londres à Palestina, de Darfur ao Ruanda, do Iraque ao Afeganistão, de Madrid a Nova York, sinto a queimar na pele as lágrimas de sangue dos que já não tem força para soltar um simples gemido...

quarta-feira, julho 06, 2005

Vidas...

Anos passados, sonhos trocados, nostalgia de outros tempos, de uma infância privada, particular, do tempo em que subíamos ao topo da serra para escolher o pinheiro de natal - aquele mesmo, porque o que estava a dois passos de casa não servia - das tardes passadas à procura de míscaros quando só pretendíamos trazer para casa o musgo digno para deitar o menino, da árvore que fazias só para mim com o respectivo presépio e que eu ainda preservo no jardim secreto da memória, que me alenta naquelas horas em que as lágrimas teimam em brotar de todos os poros da pele... As histórias cantadas ao deitar... O crescimento da consciência do Ser, do saber, do não querer gostar de matemática...
Somos pai e filha, demasiado iguais para não discutir, demasiado conscientes do outro para não deixar de amar...
Mais um ano, teu, nosso...
Espero que também nos aches lá, nas tuas telas, porque para além delas já nos encontrámos!
Parabéns Pai!

terça-feira, julho 05, 2005

Requiem

Portugal cada vez mais triste, mais pobre de espírito...
Toquem a rebate os sinos de todas as almas amantes da beleza, da cultura, toquem já, o ballet Gulbenkian foi extinto esta tarde!

segunda-feira, julho 04, 2005

Nocturnus soturnos

Esqueletos saídos do armário a vaguearem ao sabor da noite fresca, violenta e tímida,
assim sou eu a vaguear pela vida e a marear pelos sonhos...