quarta-feira, julho 27, 2005

Ao abandono

Sinto-me abandonada ao meu espectro, a alma pesa e as mil e uma ilusões muito mais - são na verdade mil e uma toneladas de mim...
Abandonei-me ao infinito e ele tarda em vir em meu encontro, necessito de ser resgatada de mim, dar a outros os meus sonhos, deixá-los ir com o vento procurar outras paragens, outros amores, quais folhas secas que repousam enfim num qualquer ervário de criança.
Este abandono pesa, mas não mais do que o eterno medo agarrado ao existir dos sentimentos talvez imaginados...
Ó tu de mim salta para ali, foge, deixa-me aqui a lamber feridas novas de nostalgia futuras!
Eu peso, sou um peso pluma de mim mesma, do meu passado futuro, insustentável leveza de um ego ferido, abandonado ao destino de outros, nunca se encontrando com os demais...
Em abandono do eu, em abono do mim, numa esperança de desencontro remissivo, encontro-me de alma represada em imaginações de almas represadas, na suprema esperança...

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