quinta-feira, setembro 22, 2005

Entre aqui e aí...

Entre ir e vir,
Entre doenças e recobros,
Entre viagens mil,
Entre Norte, Sul e muito Centro,

A minha vida transcorre com uma mansidão enganadora em direcção a um horizonte teimosamente incerto...

Entre ansiedade e momentos à distancia,

A indefinição vai deixando a porta aberta aos ventos com sabor de mudança, resultando nem sempre na melhor decisão!

Eventualmente…

segunda-feira, setembro 12, 2005

quarta-feira, setembro 07, 2005

Um de nós...

Um de nós vai ter de criar,
Um de nós vai ter de deixar,
Um de nós vai ter de acalentar,
Um de nós vai ter de crescer,
Um de nós vai ter de ser,
Um de nós vai ter de acontecer, aceitar, sonhar, acarinhar, voar, amar, desamar, amargurar, acreditar...

Um de nós, talvez, um dia...

Vai ter de se confessar...

domingo, setembro 04, 2005

passagem dos elefantes

Elefantes na água optimistas à solta
optimistas à solta elefantes na árvore

elefantes na árvore optimistas na esquadra
optimistas na esquadra elefantes no ar

elefantes no ar optimistas em casa
optimistas em casa elefantes na esposa

elefantes na esposa optimistas no fumo
optimistas no fumo elefantes na ode

elefantes na ode optimistas na raiva
optimistas na raiva elefantes no parque

elefantes no parque optimistas na filha
optimistas na filha elefantes zangados

elefantes zangados optimistas na água
optimistas na água elefantes na árvore


Mário Cesariny

Ao arrepio da palavra a supremacia do encontro...

Os corpos necessitam do contacto de outros corpos. Com mais ou menos sentimento, o toque necessita de outro toque, os dedos procuram outros dedos, a língua outra saliva, outros gostos que não os seus, outros sabores, a mar, a sal, a doce, a amargo, a café, …, a ti, que és o outro!
Falar é bom, é muito bom, poder desabafar, contar, ouvir, ouvir, ouvir e, por fim, amar as outras ideias, as do outro, as que não são nossas, as partilhadas… E, mesmo que não se compartilhe a ideia, ama-se o som saído, pensado, vocalizado, abafado, na garganta outra, a tua…

Mas, o toque, o toque… Esse primitivo sentir, falar, partilhar, à flor da pele, ao arrepio da mesma… Essa eterna entrega do toque, suprema partilha, instinto animal deificado, implica o encontro, para lá das almas, para lá do místico, no humilde local terreno à mesma hora pelos dois.