terça-feira, agosto 09, 2005

Coisas que ficam por dizer...

Sabes? Sabe bem sentir a tua preocupação... Aconchega o ego e a alma - sorrio -, dá-me forças para acreditar.
Há coisas que se pensam, outras que não se dizem - frequentemente as mais acertadas - e outras que se omitem e não se devia, mas apenas porque as sentimos e raramente as conseguimos verbalizar, inclusive para os nossos próprios botões. Essas são as mais verdadeiras porque fogem a todas as lógicas - desde logo à do sujeito que as não consegue ordenar nem explicar - são as mais puras e as únicas salvas do naufrágio em que se torna a consciência quando misturada com a razão.
Provas? Testes? Mania estúpida de nos orientarmos... Mas como vivemos em terra de cegos sem esperança de encontrar quem consiga olhar para lá, cá nos vamos tentando guiar através daquilo a que chamamos experiência, isto é, a lição que nos obrigamos a tirar, para fazermos parte da raça (des)humana em que teimamos em nos incluir para não sofrermos as humilhações de fazermos parte dos outros...
A verdade é que os testes não são destinados a ti especificamente, isto é, são, mas não são, passo a explicar a ilusão de mim: testo-te a ti, como o faço a mim própria todos os dias e como faria caso não fosses tu, mas um X, um Y, ou um H qualquer.
As razões que tenho para te testar são as mesmas que utilizaria para testar um outro sujeito.
Culpada a minha inesgotável insegurança e culpa maior a do espaço vivido por mim desde o dia em que nasci até hoje.
Arrasto comigo os escolhos de todos os naufrágios que sofri e em que fiz sofrer, espero que faças o mesmo de resto, porque no final só nos resta isso, a súmula de naufrágios vividos, os escolhos e nós!
Acredita! A ti não te imputo uma carga maior do que eu própria, o acaso e o que há-de vir... Não te vejo como uma Fénix, renascido das cinzas do passado, esse já foi catalogado, armazenado, digerido.
Agora és novo, capítulo de livro a cheirar a novo, de folha branca. Tens, portanto, uma carga maior, o teste do que há-de vir, do que poderá acontecer, do que poderá não existir, do acreditar, esperar, insistir, mas sobretudo da incerteza por enquanto.
És um ser novo, visto pela primeira vez, resgatado de todas as lógicas!

Sem comentários: