domingo, agosto 07, 2005

Invitro

Cansada, exausta!
Parece que lá fora tudo gira, tudo se move, principia e termina - como deve ser, como tem de ser - e eu cá dentro a remoer dores antigas, medos eternos...
E esta dor de estômago que não me deixa!
Sufoco na minha imagem exangue que teima em submergir de um cenário que me parece dantesco. Apetece-me chorar, rasgar as entranhas do devir, esmurrar o mundo no nariz.
Mas, limito-me a me aquietar nesta sórdida ansiedade e a sentir-me cada vez mais só... Só no meio de um milhão de pessoas e a sentir a falta de apenas uma, ironia suprema!
Tudo me foge - na verdade até eu fugiria de mim própria neste momento se pudesse – mas, ao invés, prendo-me cada vez mais neste ultimato da não vida, da não existência, em que tive o infeliz acaso de me enlear.
As parcas escolhas que me foram permitidas estão a ter um preço superior ao habitual - ao indicado no preçário da existência -. Não sei se tenho trocos suficientes nos fundilhos para me libertar das sensações!
" Ter uma vida" é diferente de estar "vivo"!
E esta dor de estômago que não me larga...

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