quarta-feira, outubro 12, 2005

Horas findas

Romperam, quebraram-se irremediavelmente, os frágeis fios de seda que teci à nossa volta!
Sem barulho, com muito sofrimento, imensa desilusão, grande frustação, demasiado desespero, maior ausência e ao som dum silêncio estridente, foi assim que, um após outro, todos os fios se foram rasgando, deixando-me exposta a alma às vagas salgadas que a assaltam consecutivamente, impunemente.
Espraio-me no chão, com os olhos a tentarem reconhecer os caminhos por onde apenas eu andei, insisto em tactear os passos que não deste, os lugares que não abandonaste, pelo simples facto de nunca lá teres estado.
Sinto ter vivido durante demasiado tempo numa realidade dolorosamente onírica, dançado sozinha um tango que era só meu, crente num par que nunca se deu.
É tarde, demasiado tarde...

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