quinta-feira, abril 21, 2005

O eterno Eu no Outro...

Sinto-me, sinto-te, não me sinto...
Quero-me, quero-te, não me quero...
Transformo-me, transformo-te, não me transformo...
Desejo-me, desejo-te, não me desejo...
Fujo, foges, não consigo fugir...
Mudo-me, mudas, não me consigo mudar...
Tenho-me, não te tenho, acho que não te/me quero ter...
Porque será que só nos conseguimos rever no olhar exterior? Pior... Porque será que só conseguimos ver o outro como desejaríamos que ele fosse? Muito pior... Porque desejamos que o outro seja apenas e só aquilo que nós desejaríamos ser? Pior de tudo... Porque só vemos o que queremos ver!...

1 comentário:

Alexandra Moreira disse...

E a roda dos porquês toma de assalto o doce devir com que os deuses, não se interrogando,vivem vidas de paz. Que tal relermos o Ricardo Reis e a sua Lídia com as mãos postas sobre o eterno regaço, enquanto o rio corre?
E se, no fim da tua demanda, também tu concluires que afinal és o príncipe que buscas?